No ano em que se comemora os 130 anos da relação Brasil e Japão, da imigração japonesa no Amazonas, a Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), alinha com equipes técnicas os estudos para a criação do futuro bairro Colônia Japonesa, localizado entre os bairros Parque 10 de Novembro e o Novo Aleixo, entre as zonas Centro-Sul e Leste da capital.
Nesta quinta-feira, 5/6, durante a reunião de apresentação dos estudos técnicos para o corpo consular do Japão em Manaus, a diretoria do Implurb lembrou da importância cultural, econômica e social dos imigrantes na região, que desembarcaram primeiramente no município de Maués. Os laços criados foram tão fortes que a presença japonesa se tornou ainda mais intensa, inclusive na Zona Franca de Manaus, onde está instalada uma fábrica em uma área de 500 mil metros quadrados, representando o segundo maior investimento da marca fora do Japão. Mais de 5 mil funcionários estão envolvidos na produção diária de mais de 3,7 mil motocicletas.
“A criação do bairro é uma missão de interesse e determinação do prefeito David Almeida, para celebrar os 130 anos da relação Brasil-Japão. E o reconhecimento desta frutífera parceria vai resultar na criação do bairro. Estimamos que, por volta de novembro, poderemos estar concluindo este projeto, fazendo esta comemoração”, explicou o diretor-presidente do Implurb, Carlos Valente.
Consular
Para o cônsul-geral adjunto do Japão em Manaus, Suzuki Akira, este ano é muito importante para a comunidade japonesa na capital e no Amazonas, com a construção do projeto de criação do bairro japonês, um verdadeiro sonho para celebrar a parceria entre as nações. “Entendemos que este é o ano da América Latina e queremos aproveitar essas oportunidades para estreitar as relações”, afirmou.
Presidente da Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental – Nippaku, Hajime Hattori agradeceu à comunidade japonesa pelo trabalho para a realização desse sonho, de ter uma área tradicionalmente conhecida como Colônia Japonesa e ter sua transformação em bairro na capital. “Com a ajuda do prefeito David Almeida e do diretor-presidente do Implurb, Carlos Valente, estamos concretizando este ideal e agradecemos a preferência dada à sociedade japonesa na Amazônia Ocidental. É uma referência e, em breve, teremos visitantes neste nosso bairro, futuramente”, comentou.
O diretor-presidente do Implurb destacou que o Polo Industrial de Manaus (PIM) tem uma relação histórica entre Amazônia e Japão, como o incentivo à produção da juta, no interior, e que há várias fábricas japonesas atuantes, verdadeiros símbolos e patrimônios do Estado.
“São grandes indústrias japonesas, com maiores investidores e fábricas, no nosso maior parque industrial na Amazônia. O Japão, de forma segmentada, é o maior participante deste parque industrial, gerando emprego, renda, cultura e vários elementos para a sociedade. E o prefeito David Almeida reconhece essa parceria. Estamos trabalhando para que, até novembro, possamos ter esta comemoração por completa”, afirmou Valente.
Também participaram da reunião o presidente da Ren da Amazônia, Rodrigo Fugii; vice-cônsul Hiroaki Aizawa; presidente da Associação Koutakukai, Valdir Sato; diretor da Nippaku, Ken Nishikido; diretor da Ren da Amazônia, Cláudio Guenka e seu pai, Teishin Guenka; e o diretor de Planejamento Urbano do Implurb, Pedro Paulo Cordeiro.
O arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro explica que a diferença entre bairro e comunidade não se limita apenas ao espaço demográfico, mas a todo um conjunto de serviços e diversidades de usos, incluindo habitação, comércio, áreas institucionais, sistema viário e infraestrutura, além do fator histórico.
“Como é a Colônia Japonesa, a demanda para ser criado um bairro, veio ainda da comunidade. Vamos ter mais reuniões conjuntas até finalizar os estudos e a possibilidade de transformação no bairro. Com um novo bairro, Manaus terá uma delimitação dos outros espaços, especialmente no entorno. Com essa transformação do bairro Colônia Japonesa, a capital passará a ter 64 bairros oficiais”, informou o diretor.
A última criação de bairros na cidade foi em 2010. A lei nº 1.401, de 14 de janeiro de 2010, criou, por exemplo, os bairros Nova Cidade, Cidade de Deus, Novo Aleixo, Gilberto Mestrinho, Lago Azul, Tarumã-Açu e Distrito Industrial 2.

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Texto – Cláudia do Valle/Implurb
Fotos – MaxwellOliveira/Implurb