O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) Dr. Carlos Durand, vinculado à Prefeitura de Manaus, emitiu nota informativa para alertar a população sobre a identificação do vírus da raiva em um morcego frugívero, da espécie Artibeus lituratus, que se alimenta de frutas, néctar e sementes de árvores.
O animal foi capturado no Centro, no dia 7 de janeiro de 2025, após notificação de moradores sobre o comportamento anormal do morcego. A amostra coletada pela equipe do CCZ foi encaminhada para a análise no Laboratório Central do Amazonas (Lacen/AM), e a infecção pelo vírus da raiva foi confirmada no dia 5 de maio.
O gerente do CCZ, Rodrigo Araújo, explica que morcegos frugíveros raramente atacam seres humanos ou outros animais, mas que a presença do vírus da raiva em espécies de morcego que não se alimentam de sangue ainda representa um risco à saúde pública.
“Normalmente, a preocupação maior é com os morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue e podem agredir outros animais e o ser humano, o que aumenta o risco de transmissão do vírus da raiva. Mas a identificação do vírus em um morcego frugívero mostra que há circulação do vírus em Manaus, o que significa um risco para a população, especialmente se essa espécie de morcego tiver contato com outros animais domésticos, como cães e gatos”, explicou Rodrigo Araújo.
Considerando o risco identificado, o CCZ emitiu nota informativa reforçando orientações para controle e prevenção, principalmente em relação à atualização vacinal antirrábica de cães e gatos. Rodrigo Araújo informa que a vacinação contra a raiva para cães e gatos é disponibilizada na sede do CCZ, na avenida Brasil, s/nº, bairro Compensa, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, de forma gratuita, durante todo o ano.
O gerente do CCZ reforça que a vacina tem que ser aplicada de forma anual em cães e gatos e, além de manter a vacina dos animais em dia, a população deve evitar qualquer tipo de contato com morcegos vivos ou mortos.
“A população não deve capturar ou manipular morcegos por conta própria. No caso de encontrar morcegos em situação incomum, caídos no chão, voando durante o dia ou com comportamento agressivo, a orientação é entrar em contato com o CCZ, que poderá realizar a captura para coletar amostras para exames”, orienta Rodrigo Araújo.
Para mais informações ou denúncias, o CCZ disponibiliza o telefone (92) 98842-8359.
Vigilância
Mesmo sem registro de casos confirmados de raiva humana em Manaus desde o ano de 1985, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), realiza ações contínuas de vigilância epidemiológica para prevenir a reintrodução e circulação do vírus entre seres humanos e animais domésticos.
Rodrigo Araújo explica que a captura de morcegos é uma das ações desenvolvidas pela Semsa, por meio do CCZ, para monitorar a possível circulação do vírus da raiva e, assim, ter as informações necessárias para execução de medidas de prevenção e controle, de acordo com o nível de risco identificado pelas equipes de vigilância.
O gerente explica que há casos em que moradores de áreas rurais de Manaus acionam o CCZ por causa de ataques de morcegos aos animais nos sítios e fazendas. O CCZ desloca uma equipe para esses locais, onde os profissionais acampam à noite e colocam redes para capturar morcegos, coletar amostras e encaminhar ao Lacen/AM.
“No caso do morcego encontrado no bairro Centro, o CCZ foi acionado por moradores de uma residência que encontraram o morcego caído no quintal. E foi a primeira vez que o CCZ identificou um morcego positivo para o vírus da raiva nessas ações de captura, o que aumenta a preocupação na rede de saúde, já que confirma a circulação do vírus em uma área urbana de Manaus”, informa Rodrigo Araújo.
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Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa